A condessa Lídia Ivánovna deixara, havia muito, de estar apaixonada pelo marido, mas, desde então, nunca deixava de estar apaixonada por alguém. Apaixonava-se de repente por várias pessoas, homens e mulheres; em especial, se apaixonava por quase todas as pessoas de algum destaque. Apaixonava-se por todos os novos príncipes e princesas que se ligavam por matrimônio à família do tsar, apaixonou-se por um arcebispo, por um vigário e por um padre. Apaixonou-se por um jornalista, por três eslavófilos e por Komissárov; por um ministro, por um médico, por um missionário inglês e por Kariênin.
[Tolstói, em Ana Karenina, p. 503]