13 de setembro de 2007

It ’s all I have to bring to-day

[Emily Dickinson]

245

I held a Jewel in my fingers
And went to sleep.
The day was warm, and winds were prosy;
I said "'Twill keep."

I woke — and chid my honest fingers,
The gem was gone
And now, an Amethyst remembrance
Is all I own.

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249

Wild Nights! Wild Nights!
Were I with thee,
Wild Nights should be
Our luxury!

Futile the Winds
To a Heart in port —
Done with the Compass,
Done with the Chart!

Rowing in Eden!
Ah! the Sea!
Might I but moor
To-night —
in thee!

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870

Finding is the first Act
The second, loss,
Third, Expedition for
The “Golden Fleece”

Fourth, no Discovery —
Fifth, no Crew —
Finally, no Golden Fleece —
Jason — sham — too.

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26 de agosto de 2007

Corpo de Baile


[Guimarães Rosa]

“Atrasmente, meu Mocinho: ao que Nosso Senhor, enquanto esteve cá embaixo, fez uma Santa. Vigia que essa não foi uma puras-virgens, moça-de-família, nem uma marteira senhora-de-casa, farta-virtude. Ah, ai, aí não: a que soube se fazer, a que Ele reconheceu, foi uma que tinha sido dos bons gostos – Maria Madalena...”

imagem: vanessa beecroft
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Juízo e amor, juntos, não é coisa demais?


[Guimarães Rosa]

Apertava o andar, queria se esquecer do menos mais. Aí as horas se enrolavam. Os dois caíam um no outro, se reajuntavam com fome fúria, como um fim. Alumiava-os a candeia de mamona, que aumentava o tamanho do cômodo, dependurando sombras por entre avermelhados caminhos. E cada dia eles sabiam menos um do outro, só aquele gosto airado de suas peles e calores, que se tiravam, e não cediam paz mas apontavam com tantos rumos.

imagem: Nan Goldin

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Te esqueci em azul...

[Guimarães Rosa]


Chegou o de ir. Não por fuga, nem por canseira daqui, nem por medo. Mas, o que eu sei, e seu coração sabe, é que a razão da vida é grande demais, e algum outro lugar deve de estar esperando por você...

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Cada um que se vai, foge com um pouco da gente.

{Guimarães Rosa}


“Agora é que você vem vindo, e eu já vou-m’bora. A gente contraverte. Direito e avesso... Ou fui eu que nasci de mais cedo, ou você nasceu tarde demais. Deus pune só por meio de pesadelo. Quem sabe foi mesmo por um castigo?...”

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Lélio e Lina

[Guimarães Rosa]

“O amor, minha filha, é como essa estória, que eles dizem: que pé de coité, nascendo em quintal de fazenda, dá má-sorte... Mas que não se pode cortar, mas também não se pode deixar – de qualquer jeito, que seja, fazenda que tem pé de coité dá atraso, os donos da casa sofrem”



imagem: pé de coité que vive há mais de três gerações na terrinha do meu pai...
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18 de agosto de 2007

O ron ron do Gatinho

[Ferreira Gullar]

O gato é uma maquininha
que a natureza inventou;
tem pêlo, bigode, unhas
e dentro tem um motor.
Mas um motor diferente
desses que tem nos bonecos
porque o motor do gato
não é um motor elétrico.
É um motor afetivo
que bate em seu coração
por isso ele faz ron-ron
para mostrar gratidão.
No passado se dizia
que esse ron-ron tão doce
era causa de alergia
pra quem sofria de tosse.
Tudo bobagem, despeito,
calúnias contra o bichinho:
esse ron-ron em seu peito
não é doença - é carinho.

De Um Gato Chamado Gatinho,
livro de FERREiRA GULLAR.

imagens:
Gato, Franz Marc
Jovem com gato negro - Henri Matisse

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16 de agosto de 2007

Todos los fuegos, el fuego

[Julio Cortázar]


El procónsul mira atentamente el muslo lacerado, la sangre que se pierde en la greba dorada; piensa casi con lástima que a Irene le hubiera gustado acariciar ese muslo, buscar su presión y su calor, gimiendo como sabe gemir cuando él la estrecha para hacerle daño. Se lo dirá esa misma noche y será interesante estudiar el rostro de Irene buscando el punto débil de su máscara perfecta, que fingirá indiferencia hasta el final como ahora finge un interés civil en la lucha que hace aullar de entusiasmo a una plebe bruscamente excitada por la inminencia del fin.





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13 de agosto de 2007

A Dama da Noite

[Caio Fernando Abreu]

"Como se eu estivesse por fora do movimento da vida. A vida rolando por aí feito roda-gigante, com todo mundo dentro, e eu aqui parada, pateta, sentada no bar. Sem fazer nada, como se tivesse desaprendido a linguagem dos outros. A linguagem que eles usam para se comunicar quando rodam assim e assim por diante nessa roda-gigante. Você tem um passe para a roda-gigante, uma senha, um código, sei lá. Você fala qualquer coisa tipo bá, por exemplo, então o cara deixa você entrar, sentar e rodar junto com os outros. Mas eu fico sempre do lado de fora. Aqui parada, sem saber a palavra certa, sem conseguir adivinhar."


"Assim: deixa a vida te lavrar a alma, antes, então a gente conversa. Deixa você passar dos trinta, trinta e cinco, ir chegando nos quarenta e não casar e nem ter esses monstros que eles chamam de filhos, casa própria nem porra nenhuma. Acordar no meio da tarde, de ressaca, olhar sua cara arrebentada no espelho. Sozinho em casa, sozinho na cidade, sozinho no mundo. Vai doer tanto, menino. Ai como eu queria tanto agora ter uma alma portuguesa para te aconchegar ao meu seio e te poupar essas futuras dores dilaceradas."

"A roda? Não sei se é você que escolhe, não. Olha bem pra mim - tenho cara de quem escolheu alguma coisa na vida? Quando dei por mim, todo mundo já tinha decorado a tal palavrinha-chave e tava a mil, seu lugarzinho seguro, rodando na roda.
Menos eu, menos eu."

"
Você não viu nada, você nem viu o amor. Que idade você tem, vinte? Tem cara de doze."


"
A morte é muito feia, muito suja, muito triste. Queria eu tanto ser assim delicada e poderosa, para te conceder a vida eterna. Queria ser uma dama nobre e rica para te encerrar na torre do meu castelo e poupar você desse encontro inevitável com a morte."

"A pessoa fica meio verde, sabe? Da cor quase assim desse molho de espinafre frio. Mais clarinho um pouco, mas isso nem é o pior.
Tem uma coisa que já não está mais ali, isso é o mais triste. Você olha, olha e olha e o corpo fica assim que nem uma cadeira."

"Dou, claro. Ficou nervosinho, quer cigarro? Mas nem fumar você fuma, o quê?
Compreendo, compreendo sim, eu compreendo sempre, sou uma mulher muito compreensiva."

"Estar fora da roda é não segurar nenhuma,
não querer nada."

"
Mas eu quero mais é aquilo que não posso comprar."

"Ele é de um jeito que ainda não sei, porque nem vi. Vai olhar direto para mim. Ele vai sentar na minha mesa, me olhar no olho, pegar na minha mão, encostar seu joelho quente na minha coxa fria e dizer: vem comigo."


"Pra ele, me guardo. Ria de mim, mas
estou aqui parada, bêbada, pateta e ridícula, só porque no meio desse lixo todo procuro o verdadeiro amor. Cuidado, comigo: um dia encontro."

"Divida essa sua juventude estúpida com a gatinha ali do lado, meu bem.
Eu vou embora sozinha. Eu tenho um sonho, eu tenho um destino, e se bater o carro e arrebentar a cara toda saindo daqui, continua tudo certo. Fora da roda, montada na minha loucura"

"Pós-tudo, sabe como? Darkérrima, modernésima,
puro simulacro"

"Viro outra vez aquilo que sou todo dia, fechada sozinha perdida no meu quarto, longe da roda e de tudo:
uma criança assustada."


(Extraído do livro Os Dragões Não Conhecem o Paraíso. Companhia das Letras. 1988)

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Por más completo que sea nuestro dominio sobre el otro, hay siempre una zona infranqueable, una partícula inasible. El otro es inaccesible no porque sea impenetrable sino porque es infinito. Cada hombre oculta un infinito. Nadie puede poseer del todo a otro por la misma razón que nadie puede darse enteramente. La entrega total sería la muerte, total negación tanto de la posesión como de la entrega. Pedimos todo y nos dan: un muerto, nada. Mientras el otro esté vivo, su cuerpo es asimismo una conciencia que me refleja y me niega. (PAZ apud CASTAÑEDA, 1998).
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{Serendipity, sincronicidade, coincidência, sei lá. De novo. Hoje Edceu me apresentou a Caio Fernando Abreu. Primeiro, me senti tocada. Depois tive nojo. Aí... li algo que me deixou com os olhos cheios d'água! Desesperança esperançosa. Edceu me disse que exatamente aquele mesmo texto estaria sendo encenado nessa semana, em Juazeiro. Coincidência? Vou ver. Cheguei em casa e fui procurar o texto na net. Não encontrei inteiro, mas vi um artigo interessante sobre. E o tal artigo citava o Octavio Paz... Coincidência? Ai, ai. Vida bonita. E o pior é fazer desse blog um diário. "A gente tem de temer a gente". Ou não.}

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9 de agosto de 2007

Jung

Um quinto, um terço, ou talvez metade da vida humana, se desenrola em condições inconscientes.

A consciência é como uma superfície ou película cobrindo a vasta área inconsciente, cuja extensão é desconhecida.

Os fatos, em sua realidade, podem ser bastante diferentes da imagem que a nossa consciência forma deles.

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8 de agosto de 2007

Catavento e Girassol

[Guinga e Aldir Blanc]


{Serendipity. Existe. Aqui está a prova. No Tempo da Delicadeza...}

Meu catavento tem dentro
O que há do lado de fora do teu girassol
Entre o escancaro e o contido
Eu te pedi sustenido
E você riu bemol
Você só pensa no espaço
Eu exigi duração
Eu sou um gato de subúrbio
Você é litorânea

{...}

Eu sinto muita saudade
Você é contemporânea

Eu penso em tudo quanto faço
Você é tão espontânea!

{...}
Cê tem um jeito verde de ser
E eu sou meio
vermelho
Mas os dois juntos se vão

No sumidouro do espelho
***
"como a energia se propaga?

através das ondas".


{céu}

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28 de julho de 2007

Soneto de quarta-feira de cinzas

[Vinícius de Moraes]

Por seres quem me foste, grave e pura
Em tão doce surpresa conquistada
Por seres uma branca criatura
De uma brancura de manhã raiada

Por seres de uma rara formosura
Malgrado a vida dura e atormentada
Por seres mais que a simples aventura
E menos que a constante namorada

Porque te vi nascer de mim sozinha
Como a noturna flor desabrochada
A uma fala de amor, talvez perjura

Por não te possuir, tendo-te minha
Por só quereres tudo, e eu dar-te nada
Hei de lembrar-te sempre com ternura.


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27 de julho de 2007

Jaboticabas

Agora vou postar um texto que não tem nada a ver com o estilo deste blog.
Mas recebi de uma pessoa que admiro muito. Além disso, essas palavras trazem - de forma simples - idéias extremamente pertinentes acerca daquilo em que acredito - e que muitas pessoas só entendem quando já é tarde demais. Ah, esse blog foi concebido com a proposta de ser uma depósito de coisas que tenham a minha cara. Portanto, aqui deixo as jaboticabas.


JABOTICABAS

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jaboticabas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos. Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo. Não vou mais a workshops onde se ensina como converter milhões usando uma fórmula de poucos pontos. Não quero que me convidem para eventos de um fim de semana com a proposta de abalar o milênio.

Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos parlamentares e regimentos internos. Não gosto de assembléias ordinárias em que as organizações procuram se proteger e perpetuar através de infindáveis detalhes organizacionais.

Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturas. Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de "confrontação", onde "tiramos fatos à limpo". Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário do coral.

Já não tenho tempo para debater vírgulas, detalhes gramaticais sutis, ou sobre as diferentes traduções da Bíblia. Não quero ficar explicando porque gosto da Nova Versão Internacional das Escrituras, só porque há um grupo que a considera herética. Minha resposta será curta e delicada:
- Gosto, e ponto final!
Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: "As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos". Meu
tempo tornou-se escasso para debater rótulos.

Já não tenho tempo para ficar dando explicação aos medianos se estou ou não perdendo a fé, porque admiro a poesia do Chico Buarque e do Vinicius de Moraes; a voz da Maria Bethânia; os livros de Machado de Assis, Thomas Mann, Ernest Hemingway e José Lins do Rego.

Sem muitas jaboticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita para a "última hora"; não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja andar humildemente com Deus.

Caminhar perto dessas pessoas nunca será perda de tempo."

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25 de julho de 2007

Corpo de Baile

"a felicidade mesma está remudando de eito, e a gente não sabe, cuida que é infelicidade que chegou"

{Guimarães Rosa}

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23 de julho de 2007

Barbara's Lied

[Ópera dos Três Vinténs - Brecht e Kurt Weil - Tradução de Willi Bolle]

Antigamente eu acreditava, quando era ainda inocente | e era quase como você | que talvez chegasse alguém, um dia | e então eu deveria saber o que fazer | E se ele tiver dinheiro | E se ele for simpático | E se seu colarinho estiver limpo também nos dias de semana | E se ele souber como se comportar diante de uma Dama, | Então eu lhe digo 'não'. | Assim a gente mantém a cabeça no lugar | E não se compromete | Com certeza a lua brilha a noite inteira | Com certeza o barco vai sair da margem | Mais do que isso nada vai acontecer. | Pois é, a gente não pode só se deitar | Pois é, a gente tem que permancer fria e sem coração | pois é, poderia acontecer muita coisa. | Ah, só existiu, exclusivamente: Não.

O primeiro que chegou era um homem de Kent | Ele era como um homem deve ser | O segundo tinha 3 navios no porto | E o terceiro era louco por mim | E como eles tinham dinheiro | E como eles eram simpáticos | E seus colarinhos estavam limpos também nos dias de semana | E como eles sabiam se comportar diante de uma Dama | Então eu disse a eles 'não' | Assim mantive minha cabeça no lugar | E não me comprometi | Com certeza a lua brilhou a noite inteira | Com certeza o barco saiu da margem | Mais do que isso nada pode acontecer | Pois é, a gente não pode só se deitar| Pois é, a gente precisa permanecer fria e sem coração | Pois é, poderia ter acontecido muita coisa | Mas só existiu, exclusivamente: Não.

Um dia, e o dia era azul | Apareceu alguém, que nada me pediu | Ele dependurou seu chapéu no prego do meu quarto | E eu não sabia o que fazia | E como ele não tinha dinheiro | E como ele não era simpático | E seu colarinho estava sujo também aos domingos | E como ele não sabia como se comportar diante de uma Dama | A ele eu disse 'não' | Assim, não mantive minha cabeça no lugar | E não fiquei sem me comprometer | Ah, a Lua brilhou a noite inteira | E o barco ficou atracado à margem | E não podia ser diferente! Pois é, então a gente deve simplesmente se deitar | Pois é, então a gente não consegue ficar fria e sem coração | Ah, deve ter acontecido muita coisa | Sim, então sobretudo não houve nenhum 'Não'.

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Todo o sentimento


[Cristóvão Bastos - Chico Buarque/1987]

Preciso não dormir até se consumar o tempo da gente. Preciso conduzir um tempo de te amar... te amando devagar (e urgentemente). Pretendo descobrir - no último momento - um tempo que refaz o que desfez; que recolhe todo o sentimento e bota no corpo uma outra vez. Prometo te querer até o amor cair doente. Doente... Prefiro então partir a tempo de poder a gente se desvencilhar da gente. Depois de te perder, te encontro, com certeza... talvez num tempo da delicadeza, onde não diremos nada. Nada aconteceu. Apenas seguirei, como encantado ao lado teu.

9 de julho de 2007

Anos Dourados


[Antonio Carlos Jobim e Chico Buarque]

Não sei se eu ainda
Te esqueço de fato
No nosso retrato
Pareço tão linda
Te ligo ofegante
E digo confusões no gravador
É desconcertante
Rever o grande amor
Meus olhos molhados
Insanos dezembros
Mas quando eu me lembro
São anos dourados
Ainda te quero
Bolero, nossos versos são banais
Mas como eu espero
Teus beijos nunca mais
Teus beijos nunca mais.

7 de julho de 2007

Estrada Branca

< imagem: Chagall
> música: Tom Jobim e Vinícius de Moraes
estrada branca
lua branca
noite alta
tua falta caminhando
caminhando caminhando
ao lado meu
uma saudade
uma vontade
tão doída
de uma vida
vida que morreu

estrada, passarada
noite clara
meu caminho é tão sozinho
tão sozinho
a percorrer
que mesmo andando
para a frente
olhando a lua tristemente
quanto mais ando
mais estou perto
de você

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Samson

[Regina Spektor]

You are my sweetest downfall
I loved you first, I loved you first
Beneath the sheets of paper lies my truth
I have to go, I have to go
Your hair was long when we first met

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6 de julho de 2007

I'm leaving you


[By Emily Loizeau]

I'm leaving you
I don't know if I should
I prayed the moon
To see if she would
Let me be by you
She said she may
If I give her my soul
And I said no

Yeah I'm leaving you
And I still love you.

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