Eis que o espírito que pairava sobre a água do aquário perguntou ao aprendiz de filósofo, Já pensaste se a morte será a mesma para todos os seres vivos, sejam eles animais, incluindo o ser humano, ou vegetais, incluindo a erva rasteira que se pisa e a sequoiadendron giganteum com os seus cem metros de altura, será a mesma morte que mata um homem que sabe que vai morrer, e um cavalo que nunca o saberá. E tornou a perguntar, Em que momento morreu o bicho-da-seda depois de se ter fechado no casulo e posto a tranca à porta, como foi possível ter nascido a vida de uma da morte da outra, a vida da borboleta da morte da lagarta, e serem o mesmo diferentemente, ou não morreu o bicho-da-seda porque está vivo na borboleta. O aprendiz de filósofo respondeu, O bicho-da-seda não morreu, a borboleta é que morrerá, depois de desovar, Já o sabia eu antes que tu tivesses nascido, disse o espírito que paira sobre as águas do aquário, o bicho-da-seda não morreu, dentro do casulo não ficou nenhum cadáver depois da borboleta ter saído, tu o disseste, um nasceu da morte do outro, Chama-se metamorfose, toda a gente sabe de que se trata, disse condescendente o aprendiz de filósofo, Aí está uma palavra que soa bem, cheia de promessas e certezas, dizes metamorfose e segues adiante, parece que não vês que as palavras são rótulos que se pegam às cousas, não são as cousas, nem sequer que nomes são na realidade os seus, porque os nomes que lhes deste não são mais do que isso, os nomes que lhes deste...
Podemos ser amigos simplesmente
Coisas do amor nunca mais
Amores do passado, no presente
Repetem velhos temas tão banais
Ressentimentos passam com o vento
São coisas de momento
São chuvas de verão
Trazer uma aflição dentro do peito
É dar vida a um defeito
Que se extingue com a razão
Je ne demande pas que tu sois gentil pour moi dans la vie
Mais que tu m'aimes un peu
Je ne demande pas que tu me souris quand je suis jolie
Mais que tu m'aimes un peu
i like my body when it is with your
body. It is so quite new a thing.
Muscles better and nerves more.
i like your body. i like what it does,
i like its hows. i like to feel the spine
of your body and its bones,and the trembling
-firm-smooth ness and which i will
again and again and again
kiss, i like kissing this and that of you,
i like,slowly stroking the,shocking fuzz
of your electric fur,and what-is-it comes
over parting flesh….And eyes big love-crumbs,
and possibly i like the thrill
of under me you so quite new
Poema de e. e. cummings
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eu gosto do meu corpo
eu gosto do meu corpo quando está com o seu
corpo. É uma coisa tão nova e viva.
Melhores músculos, nervos mais.
eu gosto do seu corpo e do que ele faz,
eu gosto dos seus comos. de tatear as vért
ebras do seu corpo,a sua treme
-lisa-firmeza e que eu quero
mais e mais e mais
beijar, gosto de beijar issoeaquilo de você,
gosto de,lentamente golpeando o,choque
do seu velo elétrico,e o-que-quer-que freme
sobre a carne bipartida….E olhos migalhas
* Estou muito feliz porque vi no site da revista cult que finalmente serão lançados no Brasil os poemas de e.e. cummings (poeta que adoro e que anda pelas páginas desse blog há anos.
Nema vise sunca
Nema vise meseca
Nema tebe, nema mene
Niceg vise, nema joj.
Pokrila nas ratna tama
Pokrila nas tama joj.
A ja se pitam moja draga
Sta ce biti sa nama?
Mesecina, mesecina,
joj, joj, joj, joj
Sunce sija ponoc bije,
joj, joj, joj, joj
Sa nebesa, zrak probija
Niko ne zna, niko ne zna
Niko ne zna, niko ne zna
Niko ne zna sta to sija
Tradução para o inglês:
Moonlight
There is no more sun,
There is no more moon,
You are no more, I am no more.
There is nothing more... oh.
Darkness of war has covered us,
Darkness has covered us... oh.
And I wonder, my dear:
What will happen with us?
Moonlight, moonlight... oh-oh,
oh-oh.
Sun is shining, sun is
shining... oh-oh, oh-oh.
From above,it breaks through...
No one knows, no one knows,
No one knows, no one knows,
No one knows what is it that
imagem do filme "Underground - Mentiras de Guerra", de Emir Kusturica
para ver a cena e ouvir a música, basta clicar no título deste post, "Mesecina"
Quem gostou de mim Quando vejo agora Não tem mais o jeito De quem conheci Não é mais quem eu vi Não é nem mesmo a sombra Do que foi E nem se lembra De nós dois
A condessa Lídia Ivánovna deixara, havia muito, de estar apaixonada pelo marido, mas, desde então, nunca deixava de estar apaixonada por alguém. Apaixonava-se de repente por várias pessoas, homens e mulheres; em especial, se apaixonava por quase todas as pessoas de algum destaque. Apaixonava-se por todos os novos príncipes e princesas que se ligavam por matrimônio à família do tsar, apaixonou-se por um arcebispo, por um vigário e por um padre. Apaixonou-se por um jornalista, por três eslavófilos e por Komissárov; por um ministro, por um médico, por um missionário inglês e por Kariênin.
O problema de como viver havia apenas começado a se estabelecer, para ele, quando se apresentara um novo problema insolúvel -- a morte.
[Tolstói, Ana Kariênina, p. 346]
...
O mistério da morte mal tivera tempo de se desvendar diante de seus olhos, premanecendo indecifrável, quando irrompeu um outro, igualmente indecifrável, que o impelia a amar e a viver.
Você fica deitada
De olhos arregalados
Ou andando no escuro de penhoir
Não adiantou nada
Cortar os cabelos e jogar no mar
Não adiantou nada o banho de ervas
Não adiantou nada o nome da outra
No pano vermelho pro anjo das trevas
Ele vai voltar tarde
Cheirando a cerveja
Se atirar de sapato na cama vazia
E dormir na hora murmurando "Dora"
E você é Maria
Você fica deitada com medo do escuro
Ouvindo bater no ouvido o coração descompassado
É o tempo Maria
Te comendo feito traça
Num vestido de noivado
... e soubesse eu artifíciosde falar sem o dizernão ia ser tão difícilrevelar-te o meu querer... a timidez ata-me a pedrase afunda-me no rioquanto mais o amor medramais se afoga o desvario...[Deolinda] imagem: jean miaille---