9 de fevereiro de 2007

O Outro

[Jorge Luis Borges]

Salvo nas severas páginas da História, os fatos memoráveis prescindem de frases memoráveis. Um homem a ponto de morrer quer se lembrar de uma gravura entrevista na infância; os soldados que estão por entrar na batalha falam do barro ou do sargento. Nossa situação era única e, francamente, não estávamos preparados. Falamos, fatalmente, de literatura; temo não haver dito outras coisas que as que costumo dizer aos jornalistas. Meu alter ego acreditava na invenção ou descobrimento de metáforas novas; eu, nas que correspondem a afinidades íntimas e notórias e que nossa imaginação já aceitou. A velhice dos homens e o acaso, os sonhos e a vida, o correr do tempo e da água. Expus-lhe esta opinião que haveria de expor em um livro anos depois.

* link = texto completo!
:)

2 comentários:

Jullius disse...

Mas que maravilha ler as tuas coisas...passei bons minutos debruçado sobre o teu blog, lendo esses fragmentos...Recebe um abraço do teu novo leitor clandestino.

Amanda Teixeira disse...

Ah, Juliano, seja sempre bem-vindo!

Tento deixar aqui um pouquinho de tudo o que me encanta... fico feliz quando posso compartilhar.

Abraços a você e a todos os leitores clandestinos!