Morrer será voltar para lá, para a vida antes da vida? Será viver novamente aquela vida pré-natal em que repouso e movimento, dia e noite, tempo e eternidade, deixam de se opor? Morrer será deixar de ser e, definitivamente, estar? Será que a morte é a vida verdadeira? Será que nascer é morrer e morrer, nascer?
[A dialética da solidão]
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“o sopro que infla a substância, modela-a e a erige em forma, é o mesmo que a carcome e enruga e destrona”.
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No mundo moderno, tudo funciona como se a morte não existisse. Ninguém conta com ela. Tudo a suprime: os discursos políticos, os anúncios dos comerciantes, a moral pública, os costumes, a alegria a baixo preço e a saúde ao alcance de todos, que nos oferecem os hospitais, as farmácias e os campos de esporte. Mas a morte, já não como trânsito, e sim como uma grande boca vazia que nada sacia, habita tudo o que empreendemos.
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