7 de outubro de 2007

Um moço muito branco


{Guimarães Rosa}

Tão branco; mas não branquicelo, senão de um branco leve, semidourado de luz: fulgurando ter por dentro da pele uma segunda claridade.

Só aquela intenção sonhosa, o certo cansaço do ar.

Ele estava nas altas atmosferas, aumentava sua presença.

Ele andava muito na lua, passeava por todo o lugar e alhonde, praticando aquela liberdade vaporosa e o espírito de solidão; parecesse alquebrado de um feitiço, segundo os dizeres do povo.

De estranha memória, só, pois, a de olhar ele sempre para cima, o mesmo para o dia que para a noite - espiador de estrelas.


Com a primeira luz do sol, o moço se fora, tidas asas.


Ele cintilava ausente, aconteceu.

imagem: Chagall
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