2 de setembro de 2008

Antônio Paulo, Antônio Paulo, Antônio Paulo...


Adão, Eva e Prometeu

[Mãos paralisadas pelo movimento do adeus]

A finitude é a provocação maior. Daí, a persistência em inventar deuses e religiões, em imaginar eternidades, em prolongar lamúrias.

A transcendência altera o valor do instante e acorda a possibilidade de mistérios.

Os percursos fundantes não são evidentes. O mapa não é o território e não tem como me apropriar das origens. São moradias de enigmas. Só com ilusões podemos decifrá-los. Planos de pertencimentos que vadiam fabricando deslocamentos.

O que importa é a trama. Não há mais lágrimas, se o humano não passa de uma criação discursiva (...) . Parece uma oração estranha, feita em algum filme de Antonioni.

Do cosmo e do caos, restam a ludicidade e a beleza?

Pensar a brincadeira que se recusa a ser séria revela outros tempos, para além do moderno. Os traços, os riscos, as cores, as dissonâncias garantem as travessuras e as possibilidades.

Não é simples abrir a porta e encontrar a casa vazia, quando ontem nela não cabia nem o suspiro do último visitante.

Para isso, existem as teorias: para consolidar ou enganar o nosso desejo de salvação. Para reunidos, sentirmos saudades de alguma coisa e seguirmos adiante, contando o que Ulisses não poderia contar, mas todos enamorados/enamoradas pelo tecer obstinado de Penélope.

O pior é não conhecei a história que está entranhada em cada objeto.

¹ espero não estar ferindo direitos autorais... rs
² brigada por me apresentar a antônio paulo, patrícia!
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