14 de outubro de 2008

Desenredo


[Guimarães Rosa]

"Sorriram-se, viram-se. Era infinitamente maio e Jó Joaquim pegou o amor. Enfim, entenderam-se. Voando o mais em ímpeto de nau tangida a vela e vento. Mas muito tendo tudo de ser secreto, claro, coberto de sete capas."

"Então ao rigor geral os dois se sujeitaram, conforme o clandestino amor em sua forma local, conforme o mundo é mundo. Todo abismo é navegável a barquinhos de papel."

"Não se via quando e como se viam. Jó Joaquim, além disso, existindo só retraído, minuciosamente. Esperar é reconhecer-se incompleto."

"O trágico não vem a conta-gotas."

"Tudo aplaudiu e reprovou o povo, repartido."

"Suas lágrimas corriam atrás dela, como formiguinhas brancas."

"Haja o absoluto amar – e qualquer causa se irrefuta."

(imagem: Peynet)
...



Nenhum comentário: