18 de junho de 2009

Certeza


Vem-me triste, te quero
triste, sem cor, de pedra.
Qual mar de gelatina,
de bruma, de arrepio.
Bem branco, sem limites,
onde não reconheça,
nem emoção e afeto,
sem texugo e serpente.
Sê-me grande serpente
de chamas e de mármore,
não javali, não árvore.
Nada, não, não me sejas.
Beija-me e depois vai-te.
Não poderei te amar.


In: Desdesejo, de Narcís Comadira. A imagem também é dele.

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