24 de outubro de 2009

But not for me


[George Gershwin]


Old Man Sunshine, listen, you,
Never tell me dreams come true,
Just try it, and I'll start a riot,
Beatrice Fairfax don't you dare,
Ever tell me she will care,
I'm certain, It's the final cutain.

Don't want to hear from and cheerful Pollyannas,
Who tell me love will find a way, it's all bananas.

They're writing songs of love, but not for me,
A lucky star's above, but not for me,
With love to lead the way,
I found more clouds of grey,
Than any Russian play could guarantee.

I was a fool to fall, and get that way,
Hi ho! Alas! And also Lack a day!
Although I can't dismiss,
The memory of her kiss,
I guess she's not for me.

It all began so well, but what an end,
This is the time a fella needs a friend,
When every happy plot,
Ends in a marriage knot,
And there's no knot for me.

imagem: Chema Madoz

12 de outubro de 2009

Clio e Calíope



“(...) não diferem o historiador e o poeta por escreverem verso ou prosa... Diferem, sim, em que um diz as coisas que sucederam e o outro as que poderiam suceder. Por isto, a poesia é algo mais filosófico e mais sério do que a história, pois aquela se refere principalmente ao universal e esta ao particular”

(Aristóteles, 1882, cap. IX, p. 21)



4 de outubro de 2009

Segunda lua-de-mel


[ando numa fase "Monsueto"]


Vem quando quiseres...
Vem, vem pra ficar!
Aceitei tua desculpa,
Vou deixar a porta aberta.
Vem, vem tomar conta do teu lar.

Andei fazendo comida
E lavando a minha roupa
A intriga quase desfaz o lar
Que já tem bodas de prata

Ainda guardo no retrato
Junto a mim você de branco
Na cabeça um lindo véu
Vem, vamos fazer nossa segunda
Lua-de-Mel...

A fonte do meu amor secou


Eu não sou água pra me tratares assim.
Só na hora da sede é que procuras por mim.
A fonte secou.
Quero dizer que entre nós tudo acabou.


(Monsueto)

2 de outubro de 2009

História: uma fuga do tempo... em busca da eternidade!



Apesar de terem sido os criadores da ciência dos homens no tempo, os gregos possuíam também um pensamento extremamente anti-histórico. Concebiam apenas o conhecimento do eterno, do permanente, do imutável, do supralunar. Esse ser supralunar realiza um movimento circular. Aristóteles define o movimento regular por três propriedades: eternidade, unidade e continuidade. A única espécie de movimento a possuir essas características é o circular. Ele é mais simples e mais perfeito do que o movimento retilíneo. Aristóteles nega a possibilidade da continuidade para o movimento retilíneo mesmo irreversível: ele não pode ser infinito. Ele vai de um termo a outro, pois é pura sucessividade. Ele busca o seu ser no futuro. Quanto ao movimento circular, ele é infinitamente contínuo: ele vai de um termo a esse mesmo termo. Não se vai a parte alguma, não se ganha e nem se perde nada, nada nasce, nada morre, nada falta. É um movimento estéril, isto é, perfeito, pois não acrescenta ser ao que já é. O movimento circular não revela o tempo, mas a eternidade. Nele não há mudança, transição, transcurso, novidade, evento, alteridade. O eterno movimento circular é primeiro ontologicamente e primeiro na ordem do conhecimento. O ser cognoscível só pode ser em movimento circular. (p. 147)


José Carlos Reis, em História, Tempo e Evasão