12 de outubro de 2010

Uma música que Tom Zé não cantou

(mas que toca aqui dentro)



Solidão


Solidão, que poeira leve
Solidão, olha a casa é sua

Na vida, quem perde o telhado
Em troca recebe as estrelas
Pra rimar até se afogar
E de soluço em soluço esperar
O sol que sobe na cama
E acende o lençol
Só lhe chamando
Solicitando

Solidão, que poeira leve
Solidão, olha a casa é sua
O telefone chamou
Foi engano

Solidão, que poeira leve
Solidão, olha a casa é sua
E no meu descompasso o riso dela

Se ela nascesse rainha
Se o mundo pudesse aguentar
Os pobres ela pisaria
E os ricos iria humilhar
Milhares de guerras faria
Pra se deleitar
Por isso eu prefiro cantar sozinho

Solidão, que poeira leve
Solidão, olha a casa é sua
O telefone chamou, foi engano
Solidão, que poeira leve
Solidão, olha a casa é sua
E no meu descompasso passo o riso dela
Solidão 
 
[Tom Zé]


3 de outubro de 2010

A canção mais bonita dos últimos tempos: Sem Destino


Tudo que era o meu destino
Na verdade nunca me aconteceu
Pode ter acontecido
Pra alguma pessoa
Mas não era eu
Vivo assim na vida sem previsão
Todo mundo tem destino, eu não
Nunca os fatos são de fato fatais
Não confio na fortuna jamais
Puro por acaso e nada mais

Tudo que já estava escrito
No meu caso nunca se concretizou
Só talvez o aniversário
Que é na mesma data
E não se alterou
Era pra eu já ter encontrado um amor
Era pra eu já ter esquecido o anterior
Era pra eu já ter aprendido a sonhar
Era pra eu correr o mundo e voltar
Mas viagem sem destino, não dá

[...]

Ser assim tão sem destino
Me preocupa muito
Me deixa infeliz
Sempre quis o meu destino
Foi o meu destino
Que nunca me quis
Mesmo algum sucesso que ele previu
Era pra me revelar, desistiu
                                                       Acho que ele foi atrás de outro alguém
Pois destino tem destino também
E só revela aquilo que lhe convém


Imagem daqui: http://semomitirorealcotidiano.blogspot.com/2010/09/nota-rapida-futuro.html

1 de outubro de 2010

Liquidando o dragão



"A única maneira de liquidar o dragão é cortar-lhe a cabeça, aparar-lhe as unhas não serve de nada" 


[Saramago]