16 de dezembro de 2010

Eclesiastes, 12


DISCERNIR A VERDADEIRA AMIZADE   
O amigo não se revela na prosperidade, nem o inimigo se esconde no tempo da desgraça.  Quando alguém prospera, os inimigos ficam tristes, mas quando alguém cai na desgraça, até o amigo vai embora.  Jamais confie no inimigo, pois a sua maldade é metal que enferruja. Mesmo que ele se abaixe e faça muitos cumprimentos, tome cuidado e desconfie dele; comporte-se com ele como quem limpa o espelho, e você perceberá que a ferrugem dele não resiste por muito tempo. Não o coloque ao seu lado, para que ele não empurre você e ocupe o seu lugar; não o coloque sentado à sua direita, para que ele não procure ocupar a sua cadeira. Caso contrário, tarde demais você verá que eu tenho razão, e ficará arrependido por não ter ouvido os meus conselhos. Quem vai ter dó de um encantador que é mordido pela serpente e de todos os que domam feras?  É o que acontece com quem se associa a um pecador e se envolve nos pecados dele. Por um instante, ficará com você, mas quando você tropeça, ele não lhe dá apoio.  O inimigo tem lábios doces, mas no coração planeja como jogar você no buraco. O inimigo tem lágrimas nos olhos, mas na primeira ocasião lhe beberá até o sangue.  Se acontecer a você uma desgraça, ele será o primeiro a chegar e, com a desculpa de ajudar, pegará você pelo pé. Ele vai sacudir a cabeça e agitar as mãos, mas logo depois fará mexericos e voltará as costas.

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