"O homem, dizem, é um animal racional. Não sei porque não se disse que é um animal afetivo ou sentimental. E, por acaso, o que dos demais animais o diferencie seja mais o sentimento que a razão. Mais vezes vi raciocinar um gato que rir ou chorar. Talvez chore ou ria por dentro, mas por dentro, talvez, também o caranguejo resolva equações de segundo grau."
"MELANCOLIA": É essa fuga da vida, essa necessidade contínua de mudar de lugar, de IR-NÃO-IMPORTA-AONDE, DESDE QUE SEJA FORA DO MUNDO, que são segundo o Dr. Pierre Janet, características da SÍNDROME MELANCÓLICA.
Solidão, que poeira leve
Solidão, olha a casa é sua
Na vida, quem perde o telhado
Em troca recebe as estrelas
Pra rimar até se afogar
E de soluço em soluço esperar
O sol que sobe na cama
E acende o lençol
Só lhe chamando
Solicitando
Solidão, que poeira leve
Solidão, olha a casa é sua
O telefone chamou
Foi engano
Solidão, que poeira leve
Solidão, olha a casa é sua
E no meu descompasso o riso dela
Se ela nascesse rainha
Se o mundo pudesse aguentar
Os pobres ela pisaria
E os ricos iria humilhar
Milhares de guerras faria
Pra se deleitar
Por isso eu prefiro cantar sozinho
Solidão, que poeira leve Solidão, olha a casa é sua O telefone chamou, foi engano Solidão, que poeira leve Solidão, olha a casa é sua E no meu descompasso passo o riso dela Solidão
Tudo que era o meu destino
Na verdade nunca me aconteceu
Pode ter acontecido
Pra alguma pessoa
Mas não era eu
Vivo assim na vida sem previsão
Todo mundo tem destino, eu não
Nunca os fatos são de fato fatais
Não confio na fortuna jamais
Puro por acaso e nada mais
Tudo que já estava escrito
No meu caso nunca se concretizou
Só talvez o aniversário
Que é na mesma data
E não se alterou
Era pra eu já ter encontrado um amor
Era pra eu já ter esquecido o anterior
Era pra eu já ter aprendido a sonhar
Era pra eu correr o mundo e voltar
Mas viagem sem destino, não dá
[...]
Ser assim tão sem destino
Me preocupa muito
Me deixa infeliz
Sempre quis o meu destino
Foi o meu destino
Que nunca me quis
Mesmo algum sucesso que ele previu
Era pra me revelar, desistiu
Acho que ele foi atrás de outro alguém
Pois destino tem destino também E só revela aquilo que lhe convém
... não sei por que, quando relanceei a vista através da janela, pareceu-me que o prédio fronteiro também envelhecera e que se tinha posto mais escuro e arruinado, que o estuque das pilastras estava todo gretado, que as cornijas se fendiam e enegreciam, e que as janelas estavam cheias de manchas e de sujeira.
Talvez a culpa de tudo isto fosse aquele raio de sol que de súbito surgiu por entre as nuvens, para logo depois voltar a esconder-se por detrás de outra ainda mais escura, que anunciava chuva, de tal maneira que todas as coisas se tornaram ainda mais lúgubres e mais sombrias...
Agora, não perdoar a tua ofensa, turvar a tua clara e pura felicidade com nuvens escuras, fazer-te censuras para que o teu coração se atormente e sofra, e palpite dolorosamente,...isso nunca farei!
Que a tua vida seja ditosa e tão diáfana e agradável como o teu doce sorriso, e bendita sejas pelo instante de felicidade que tu deste a outro coração solitário e agradecido!
Noites Brancas, Dostoievsky.
Imagem:Mäda Privavesi, Klimt.
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[apenas para comemorar o encontro graças ao olcadil,
Why did I choose you?
What did I see in you?
I saw the heart you hide so well
I saw a quiet man who had a gentle way
A way that caught me in its glowing spell
Why did I want you?
What could you offer me?
A love to last a life time through
And when I lost my heart so many years ago,
I lost it lovingly and willingly to you...
If I had to choose again,
I would still choose you...
And when I lost my heart so many years ago,
I lost it lovingly and willingly to you...
If I had to choose again,
I would still choose you...
Fui como una lluvia de cenizas y fatigas
en las horas resignadas de tu vida...
Gota de vinagre derramada,
fatalmente derramada, sobre todas tus heridas.
Fuiste por mi culpa golondrina entre la nieve
rosa marchitada por la nube que no llueve.
Fuimos la esperanza que no llega, que no alcanza
que no puede vislumbrar su tarde mansa.
Fuimos el viajero que no implora, que no reza,
que no llora, que se echó a morir.
¡Vete...!
¿No comprendes que te estás matando?
¿No comprendes que te estoy llamando?
¡Vete...!
No me beses que te estoy llorando
¡Y quisiera no llorarte más!
¿No ves?,
es mejor que mi dolor
quede tirado con tu amor
librado de mi amor final
¡Vete!,
¿No comprendes que te estoy salvando?
¿No comprendes que te estoy amando?
¡No me sigas, ni me llames, ni me beses
ni me llores, ni me quieras más!
Fuimos abrazados a la angustia de un presagio
por la noche de un camino sin salidas,
pálidos despojos de un naufragio
sacudidos por las olas del amor y de la vida.
Fuimos empujados en un viento desolado...
sombras de una sombra que tornaba del pasado.
Fuimos la esperanza que no llega, que no alcanza,
que no puede vislumbrar su tarde mansa.
Fuimos el viajero que no implora, que no reza,
que no llora, que se echó a morir.
“Não importa como nos posicionemos: sempre nos imaginaremos vendo. Acho que o ser humano sonha apenas para não parar de ver. É bem possível que um dia a nossa luz interior emane, para que não necessitemos mais de nenhuma outra”
As coisas mais importantes são as mais difíceis de expressar. São coisas das quais você se envergonha, pois as palavras as diminuem -- as palavras reduzem as coisas que pareciam ilimitáveis quando estavam dentro de você à mera dimensão normal quando são reveladas. Mas é mais que isso, não? As coisas mais importantes estão muito perto de onde seu segredo está enterrado, como pontos de referência para um tesouro que seus inimigos adorariam roubar. E você pode fazer revelações que lhe são muito difíceis e as pessoas o olharem de maneira esquisita, sem entender nada do que você disse nem por que eram tão importantes que você quase chorou quando estava falando. Isto é pior, eu acho. Quando o segredo fica trancado lá dentro não por falta de um narrador, mas de alguém que compreenda.