26 de outubro de 2008

Mapas Urbanos


[Oswald de Andrade]

Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo

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- Passeando pelo orkut encontrei um link maravilhoso: figuras como o queridíssimo, bom e belo Tatit, o luminoso e doce Tom Zé e o sério porém delicado Wisnik, falando sobre aquela que é (assim considero) minha cidade. Tem ainda Nelson Ascher, Itamar Assumpção, Arrigo Barnabé, Régis Bonvicino e Arnaldo Antunes! Pra ver essa coisa linda, é só procurar "Mapas Urbanos" no youtube. É um documentário fantástico, altamente recomendável (ok, paulistanos vão gostar mais.. rs). E sabe o que mais me emocionou? Quando todos concordaram que a canção "Ronda" era a cara de São Paulo. Gente.. eu lembrei dos domingos: a gente saía do nosso fim de mundo (Vila Guarani, na Zona Leste) pra visitar a família em Osasco. Eu acordava bem cedo e terminava de dormir no carro, devidamente amparada por um cobertor de lã. Eram horas e horas atravessando São Paulo, acompanhando o rio Tietê e ouvindo "Ronda" no toca-fitas do carro do meu pai. É uma das lembranças mais vivas da minha infância: horas e horas deitada no banco de trás do carro, olhando o céu azul ou cinza, brincando de ver arco-íris nos vidros molhados de garoa e escutando

"De noite, eu rondo a cidade, a te procurar, sem encontrar. No meio de olhares, espio por todos os bares: você não está. Volto pra casa abatida, desencantada da vida. O sonho alegria me dá, nele você está. Ah, se eu tivesse quem bem me quisesse, esse alguém me diria: - Desiste, esta busca é inútil! Eu não desistia. Porém, com perfeita paciência, volto a te buscar, sem encontrar... bebendo com outras mulheres, rolando um dadinho, jogando bilhar. E nesse dia, então, vai dar na primeira edição: Cena de sangue num bar da Avenida São João."
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Agora bateu uma saudade. Especialmente do frio, dos dias nos Jardins do Ipiranga e da infância paleolítica no Parque da Aclimação. rs

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