21 de outubro de 2008

Uakti


A Lenda do Uakti (dos índios Tukano)

Uakti viveu às margens do Rio Negro. Seu corpo, aberto em buracos, recebia o vento e emitia um som tão irradiante que atraía todas as mulheres da tribo. Os índios, enciumados, perseguiram UAKTI e o mataram, enterrando seu corpo na floresta. Altas palmeiras ali cresceram; de seus caules os índios fizeram instrumentos musicais de sons suaves e melancólicos, feito o som do vento no corpo de Uakti.

... ao ouvirem esse som, as mulheres estarão impuras e serão tentadas...

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O texto acima é da comunidade do Uakti no orkut. Agora que resolvi postar sobre músicos estranhos e serendipidade, é bom dizer que já tinha escutado falar dessas flautas mágicas (e viris) indígenas na aula de Renata (Sociologia da Religião). Pois bem. Descobri o Uakti, enlouqueci com o Uakti, me tornei até uma das principais ouvintes do Uakti na last.fm. Os sons dele me tentaram. Terão também me deixado impura? Não sei. Sei que nunca gostei de música experimental demais nem de instrumentos estranhos demais... mas Uakti é outra coisa, muito maior e mais bela e mais mística e mais tudo! A música dele me deixa meio tonta, meio embriagada. Meio enfeitiçada e muito encantada. Bom, depois desse - estanho - momento de entusiasmo, devo admitir que no lugar de "descobri o Uakti" deveria ter dito "passei a conhecer o Uakti". Seria mais apropriado.

Depois de "descobrir" Madeleine Peyroux meses antes de uma música dela aparecer na novela da Globo, veio minha nova frustração de descobridora que não descobre nada: o Uakti fez a trilha do Blindness, do Fernando Meirelles! Fez também a de Lavoura Arcaica, se não me engano. Ou seja, outros já tinham descoberto o grupo (mineiro, como o Guima) antes de mim...

De qualquer forma, ainda gostaria de ser contratada pela TV Cultura (pensaram que eu ia dizer "Globo"?) pra descobrir novos talentos. E assim que estiver lá arranjo um cargo pra Carol (já tinha prometido) e outro pra Aline (todas as historiadoras paulistanas-rosianas merecem cargos na Cultura!). Um dia, quem sabe...

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