“- Que se pudesse partir ao meio toda coisa inteira - disse meu tio, de braços no rochedo, acariciando aquelas metades convulsivas de polvo - que todos pudessem sair de sua obtusa e ignorante inteireza. Estava inteiro e para mim as coisas eram naturais e confusas, estúpidas como o ar: acreditava ver tudo e só havia a casca. Se você virar a metade de você mesmo, e lhe desejo isso, jovem, há de entender coisas além da inteligência comum dos cérebros inteiros. Terá perdido a metade de você e do mundo, mas a metade que resta será mil vezes mais profunda e preciosa. E você há de querer que tudo seja partido ao meio e talhado segundo sua imagem, pois a beleza, sapiência e justiça existem só no que é composto de pedaços.” [p. 52]
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PS.: encontrei este livro, que custa uns R$ 25,00 por R$ 13,00 na UFPB. Não contive meu espírito buquinista-consumista, comprei. Li bem rapidinho e adorei. Já estava com saudade de ler o Italo Calvino. A edição é aquela bonitinha, parente da minha de "As Cosmicômicas", com capa branquinha por dentro e coloridinha por fora. Me identifiquei com o lado bom do Visconde, mas achei o Mau bem mais interessante.. bem típico da minha pessoa, não?
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