30 de outubro de 2008

(listening to) Rosália de Souza





Onde anda o meu amor?
Sambando...
Continuo a perguntar:
Onde anda o meu amor?
Pois eu não sei se foi sambar
Ou arranjar um outro alguém!
Onde anda o meu amor?
Sambando...

Volta pra mim, meu bem
Volta, eu peço, por favor...
Quero sambar também,
Mas só sambo com você!

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Não foi amor à primeira audição, mas agora eu tô adorando a moça! Brasileiríssima, mas as composições que ela interpreta são quase sempre de um italiano que ainda vou explorar, o Nicola Cante. Ela mistura coisas boas.. jazz, samba, bossa-nova e tal. E a voz é ótima. Recomendável.

29 de outubro de 2008

Calabar - O Elogio da Traição


“Pobre Sebastião, você não sabe o que é trair. Você não passa de um delator. Um alcaguete. Sebastião, tira as botas. Põe os pés no chão. As mãos no chão, põe, Sebastião, e lambe a terra. O que é que você sente? Calabar sabia o gosto da terra e a terra de Calabar vai ter sempre o mesmo sabor. Quanto a você, você está engolindo o estrume do rei de passagem. Se você tivesse a dignidade de vomitar, aí sim, talvez eu lhe beijasse a boca. Calabar vomitou o que lhe enfiaram pela goela. Foi essa a sua traição. A terra e não as sobras do rei. A terra, e não a bandeira. Em vez de coroa, a terra.” (BUARQUE & GUERRA, 1973: 96).

...

Cala a boca, Bárbara
(de Chico Buarque, para a peça de sua autoria - com Ruy Guerra - Calabar)

“Ele sabe dos caminhos
Dessa minha terra
No meu corpo se escondeu,
Minhas matas percorreu,
Os meus rios,
Os meus braços,
Ele é meu guerreiro
Nos colchões de terra.
Nas bandeiras, bons lençóis,
Nas trincheiras, quantos ais, ai...
Cala a boca,
Olha o fogo,
Cala a boca,
Olha a relva,
Cala a boca, Bárbara.
Cala a boca, Bárbara.
Cala a boca, Bárbara.
Cala a boca, Bárbara.
Ele sabe dos segredos
Que ninguém ensina:
Onde eu guardo o meu prazer,
Em que pântanos beber,
As vazantes,
As correntes.
Nos colchões de ferro
Ele é o meu parceiro,
Nas campanhas, nos currais,
Nas entranhas, quantos ais, ai.
Cala a boca,
Olha a noite,
Cala a boca,
Olha o frio.
Cala a boca, Bárbara.
Cala a boca, Bárbara.
Cala a boca, Bárbara.
Cala a boca, Bárbara.”

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Depois de ler "Nordeste", do Gilberto Freyre, de me debruçar com mais cuidado sobre "Raízes do Brasil", do pai do Chico e de fazer as pazes com Evaldo Cabral de Mello e seu "Rubro Veio", admito que caí de amores pelos holandeses. Pois é. Sei que colonizador é colonizador, independente de onde vem, mas não dá pra não se apaixonar pelo Nassau. O problema é que a única linguagem que entendo é a da poesia, então depois de ler essas interpretações sobre o Brasil, voltei a ler "Calabar", do Chico, pra poder entender um pouco mais e pra descansar da leitura meio enfadonha do Rubro Veio... lá (em Calabar) o Nassau aparece como um sonhador-construtor muito amigo do povo brasileiro e meio inocente em relação aos desejos da Holanda e de seu conselheiro. Tá meio idealizado, mas eu gosto. E agora já posso recomendar o sacrifício a todos: Evaldo Cabral de Mello vale a pena. Mas leiam também Calabar, que aí a coisa fica mais leve.

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26 de outubro de 2008

Mapas Urbanos


[Oswald de Andrade]

Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo

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- Passeando pelo orkut encontrei um link maravilhoso: figuras como o queridíssimo, bom e belo Tatit, o luminoso e doce Tom Zé e o sério porém delicado Wisnik, falando sobre aquela que é (assim considero) minha cidade. Tem ainda Nelson Ascher, Itamar Assumpção, Arrigo Barnabé, Régis Bonvicino e Arnaldo Antunes! Pra ver essa coisa linda, é só procurar "Mapas Urbanos" no youtube. É um documentário fantástico, altamente recomendável (ok, paulistanos vão gostar mais.. rs). E sabe o que mais me emocionou? Quando todos concordaram que a canção "Ronda" era a cara de São Paulo. Gente.. eu lembrei dos domingos: a gente saía do nosso fim de mundo (Vila Guarani, na Zona Leste) pra visitar a família em Osasco. Eu acordava bem cedo e terminava de dormir no carro, devidamente amparada por um cobertor de lã. Eram horas e horas atravessando São Paulo, acompanhando o rio Tietê e ouvindo "Ronda" no toca-fitas do carro do meu pai. É uma das lembranças mais vivas da minha infância: horas e horas deitada no banco de trás do carro, olhando o céu azul ou cinza, brincando de ver arco-íris nos vidros molhados de garoa e escutando

"De noite, eu rondo a cidade, a te procurar, sem encontrar. No meio de olhares, espio por todos os bares: você não está. Volto pra casa abatida, desencantada da vida. O sonho alegria me dá, nele você está. Ah, se eu tivesse quem bem me quisesse, esse alguém me diria: - Desiste, esta busca é inútil! Eu não desistia. Porém, com perfeita paciência, volto a te buscar, sem encontrar... bebendo com outras mulheres, rolando um dadinho, jogando bilhar. E nesse dia, então, vai dar na primeira edição: Cena de sangue num bar da Avenida São João."
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Agora bateu uma saudade. Especialmente do frio, dos dias nos Jardins do Ipiranga e da infância paleolítica no Parque da Aclimação. rs

24 de outubro de 2008

Eros e Psiquê


"Se tu me disseres
Para deixar tuas ternas carícias
E ir rolar o corpo na neve gelada,
O prazer de meu corpo ainda aumentaria;
É mais prazeroso te dar prazer do que recebê-lo.
Teu amor me derrotou! Faz de mim o que quiseres,
E usa-me como uma serva que é tua!
Beija-me, pisa-me, acaricia-me ou me bate,
Enfia em meu peito forte dor até o punho,
Inventa o que mais for perversamente meigo."

(Patmore*)
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* Li esse trecho no livro infinito, porém maravilhoso, do Peter Gay (A Paixão Terna - A Experiência Burguesa - da Rainha Vitória a Freud). Ah, queria que todos os historiadores escrevessem como ele... linda, linda análise do amor burguês, do ideal de paixão e afeto que permeava mentes e corações do século XIX. Ele escreve tão bem, tão delicadamente.. logo se vê que leu toda a literatura que cita. Aliás, que belas fontes! Livros, cartas, diários! Ah, deviam indicar livros dele na faculdade, não os soníferos assinados por Hobsbawm.

21 de outubro de 2008

Uakti


A Lenda do Uakti (dos índios Tukano)

Uakti viveu às margens do Rio Negro. Seu corpo, aberto em buracos, recebia o vento e emitia um som tão irradiante que atraía todas as mulheres da tribo. Os índios, enciumados, perseguiram UAKTI e o mataram, enterrando seu corpo na floresta. Altas palmeiras ali cresceram; de seus caules os índios fizeram instrumentos musicais de sons suaves e melancólicos, feito o som do vento no corpo de Uakti.

... ao ouvirem esse som, as mulheres estarão impuras e serão tentadas...

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O texto acima é da comunidade do Uakti no orkut. Agora que resolvi postar sobre músicos estranhos e serendipidade, é bom dizer que já tinha escutado falar dessas flautas mágicas (e viris) indígenas na aula de Renata (Sociologia da Religião). Pois bem. Descobri o Uakti, enlouqueci com o Uakti, me tornei até uma das principais ouvintes do Uakti na last.fm. Os sons dele me tentaram. Terão também me deixado impura? Não sei. Sei que nunca gostei de música experimental demais nem de instrumentos estranhos demais... mas Uakti é outra coisa, muito maior e mais bela e mais mística e mais tudo! A música dele me deixa meio tonta, meio embriagada. Meio enfeitiçada e muito encantada. Bom, depois desse - estanho - momento de entusiasmo, devo admitir que no lugar de "descobri o Uakti" deveria ter dito "passei a conhecer o Uakti". Seria mais apropriado.

Depois de "descobrir" Madeleine Peyroux meses antes de uma música dela aparecer na novela da Globo, veio minha nova frustração de descobridora que não descobre nada: o Uakti fez a trilha do Blindness, do Fernando Meirelles! Fez também a de Lavoura Arcaica, se não me engano. Ou seja, outros já tinham descoberto o grupo (mineiro, como o Guima) antes de mim...

De qualquer forma, ainda gostaria de ser contratada pela TV Cultura (pensaram que eu ia dizer "Globo"?) pra descobrir novos talentos. E assim que estiver lá arranjo um cargo pra Carol (já tinha prometido) e outro pra Aline (todas as historiadoras paulistanas-rosianas merecem cargos na Cultura!). Um dia, quem sabe...

20 de outubro de 2008

Walter Smetak


“Creio que só a loucura poderá salvar o homem, a loucura santa.”

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* Smetak é minha mais nova descoberta.. veio graças ao fantástico Uakti, que conheci por causa de Casa Grande & Senzala de Gilberto Freyre, por estranho que pareça (fui pesquisar umas coisas sobre os "baitos" na net e achei o uakti!). Pior é que agora fui procurar uma foto dele (do Smetak) e encontrei o tal "piston cretino". Aí lembrei que já vi o "descompositor" tocando isso em algum lugar. Há muito tempo. O mundo é um google. Por isso esse blog se chama "Serendipity". A propósito, tô lendo um livro do Ginzburg - Mitos, Emblemas, Sinais - onde ele cita Serendip! Mas isso é uma outra história...

O Seu Amor



[Gilberto Gil]

O seu amor
Ame-o e deixe-o
Livre para amar
Livre para amar
Livre para amar

O seu amor
Ame-o e deixe-o
Ir aonde quiser
Ir aonde quiser
Ir aonde quiser

O seu amor
Ame-o e deixe-o brincar
Ame-o e deixe-o correr
Ame-o e deixe-o cansar
Ame-o e deixe-o dormir em paz

O seu amor
Ame-o e deixe-o
Ser o que ele é
Ser o que ele é
Ser o que ele é

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18 de outubro de 2008

E de resto, Glaura? Tem ido ao cinema?



[Rubens Rodrigues Torres Filho]


Arredondando as palavras
para dizer, por exemplo, que me ama,
sua boca explícita aprisiona irremediavelmente
este meu doce olhar,
que vai sonhando uma formação de beijos
aéreos em revoada para ninhos impossíveis. Divago, eu sei.
Perdoáveis como cascas de ovos, esses alheamentos
[momentâneos
não atrapalham tanto nosso relacionamento,
maduro, pausado,
idealizado de comum acordo para nos assentar tão bem.
Os pátios da academia nos verão passar amigos,
articulando aquele papo inteligente. Só às vezes
algum lampejar mais bobamente amoroso
bateria asas
" borboletreiramente "
anunciando às tontas um filme
prudentemente fora de cartaz.

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CANTO SILENCIOSO

A ocasião chegou de estarmos sós
em uma cega calma.
Lentos fios desviram-se entre flores
que são lágrimas caindo do terraço
e amadurecendo
com paciência e luz. Quantas vezes
foram mãos servindo o café, lenta maldade
deslizando entre o tempo e a xícara.
São olhares tranqüilos, revestidos
de uma gentil malícia, de um redondo
desejo de ficar, de estar sempre ao alcance, de
ser uma rede ou um espelho
recolhendo teu rosto.
Todos esperam. Forma-se o séquito das nucas,
esperança minaz, gelo absurdo
para conservar as fases do bailado.
Uma alegria violenta
alimenta-se dos punhos, das entregas,
e são múltiplos caminhos que se enlaçam
com dor.

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FIGURA

Esse sorriso justo, pontuado por vírgulas abstratas,
e no caminho, seguramente em cena, mira
o claro desejo: desmisturar-nos, por qual arte,
em meio a tanto. Mexer com esses relevos
subordinados ao fio da ausência. E o que se supõe
dispõe flores avulsas e laços de linguagem.

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retícula

Lentidão de outra face, elíptica
e singular. É com cuidado
que nossos desesperos vão folheando
as latitudes íngremes. Silêncio
e expansão. No colo das estrelas
um paradoxo sorridente hesita.
Sustos habituais, oscilações e álgebras
de espécie pouco usual
entrelaçavam seus sabores árduos.
Esfriarão as técnicas do acaso?
O halo, com vagar, se dividiu.


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LIGAÇÃO

Peço a obscura religião dos pássaros
ou o inexplicável talento para a tristeza
destas praças.

E choraremos juntos na tarde culpada
enquanto o sol morrer em nossas pálpebras
e a noite, inimiga e doce,
vier comer nossa memória.

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CANTO DE RECEPÇÃO

No dia do retorno
estarei mansamente aqui
e meus olhos se abrirão como pétalas
para teu perfil desconhecido.
Lerei estranhas páginas de esquecimento
e, passante, deflagrarei
as palavras com que saudar-te.
Saberei rir: algo
me ensinarão as flores despertadas
e o barulho crescente das águas.
Direi teu nome em letras de mercúrio,
agasalhado em mil predições
e estourarei como uma fruta.
Darei teu nome aos vôos do vento,
às embarcações que preparam êxtases, aos
inexplicáveis marechais do horror.


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16 de outubro de 2008

Noturno


[Roberto Piva]


Teus olhos não ficam bem senão em mim
Que desato o bouquet de tua angústia
Neste tempo de espera.
Sofres uma solidão recortada
Na tarde de tuas pálpebras
Absorto no retorno das nuvens
Magoadas de outros climas.
Só eu sei, silêncio de jade,
Flor da manhã, Deus triste,
O que te consola do vento.
Só eu sei que não sabes
Eximir-te do enfado,
Da noite, das bocas.

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14 de outubro de 2008

Desenredo


[Guimarães Rosa]

"Sorriram-se, viram-se. Era infinitamente maio e Jó Joaquim pegou o amor. Enfim, entenderam-se. Voando o mais em ímpeto de nau tangida a vela e vento. Mas muito tendo tudo de ser secreto, claro, coberto de sete capas."

"Então ao rigor geral os dois se sujeitaram, conforme o clandestino amor em sua forma local, conforme o mundo é mundo. Todo abismo é navegável a barquinhos de papel."

"Não se via quando e como se viam. Jó Joaquim, além disso, existindo só retraído, minuciosamente. Esperar é reconhecer-se incompleto."

"O trágico não vem a conta-gotas."

"Tudo aplaudiu e reprovou o povo, repartido."

"Suas lágrimas corriam atrás dela, como formiguinhas brancas."

"Haja o absoluto amar – e qualquer causa se irrefuta."

(imagem: Peynet)
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12 de outubro de 2008

The lunatic, the lover and the poet


O lunático, o amante e o poeta
São todos compostos de imaginação.

(Peter Gay - em "A Paixão Terna" - disse que Shakespeare disse... ah, a imagem é do Parkeharrison)
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"Plus on juge, moins on aime"



(Peter Gay disse que o Balzac disse... no fundo, não importa quem disse. Importa que foi dito!)

(a imagem - literalmente ilustrativa - é de jules et jim
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10 de outubro de 2008

A Companheira


[Luiz Tatit]

(...)

Onde eu ia, ela ia

Onde olhava, ela estava
Quando eu ria, ela ria
Não falhava

(...)

Me esperava no portão
Me encontrava, dava a mão
Me chateava, sim ou não?
Não

De repente a vida ganhou sentido
Companheira assim nunca tinha tido
O que fica sempre é uma coisa estranha
É companheira que não acompanha

Isso pra mim é felicidade
Achar alguém assim na cidade
Como uma letra pra melodia
Fica do lado, faz companhia

Pensava nisso quando ela ali
No portão da frente
Me viu pensando, quis pensar junto
"pensar é um ato tão particular do indivíduo"
E ela, na hora "particular, é? duvido"
E como de fato eu não tinha lá muita certeza
Entrei na dela, senti firmeza

Eu pensava até um ponto
Ela entrava sem confronto
Eu fazia o contraponto
E pronto

(...)

Eu fazia uma poesia
Ela lia, declamava
Qualquer coisa que eu escrevia
Ela amava

(...)

Nunca a metade foi tão inteira
Uma medida que se supera
Metade ela era companheira
Outra metade, era eu que era

imagem: Lua de Mel do Pintor, de Lorde Frederick Leighton (é a segunda vez que posto... acho muito linda)

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7 de outubro de 2008

Antologias


Poetas e girassóis
estão sendo moídos,

E o pó de seus dedos
clareia os moinhos.

[Jorge Tufic]

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Depois de ter você


Depois de ter você
Pra que querer saber
Que horas são?

Se é noite ou faz calor
Se estamos no verão
Se o sol virá ou não
Ou pra que é que serve
Uma canção como esta?

Depois de ter você
Poetas para quê?
Os deuses, as dúvidas
Pra que amendoeiras pelas ruas?
Pra que servem as ruas?
Depois de ter você...

(não tenho vergonha de dizer que estou viciada em Adriana Calcanhotto)

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6 de outubro de 2008

5 de outubro de 2008

O Verme e a Estrela


[Pedro Kilkerry ]

Agora sabes que sou verme.
Agora, sei da tua luz.
Se não notei minha epiderme...
É, nunca estrela eu te supus
Mas, se cantar pudesse um verme,
Eu cantaria a tua luz!

E eras assim... Por que não deste
Um raio, brando, ao teu viver?
Não te lembrava. Azul-celeste
O céu, talvez, não pôde ser...
Mas, ora! enfim, por que não deste
Somente um raio ao teu viver?

Olho, examino-me a epiderme,
Olho e não vejo a tua luz!
Vamos que sou, talvez, um verme...
Estrela nunca eu te supus!
Olho, examino-me a epiderme...
Ceguei! Ceguei da tua luz?

4 de outubro de 2008

Tira as mãos de mim


[Chico Buarque de Holanda]

Ele era mil
Tu és nenhum
Na guerra és vil
Na cama és mocho
Tira as mãos de mim
Põe as mãos em mim
E vê se o fogo dele
Guardado em mim
Te incendeia um pouco

Éramos nós
Estreitos nós
Enquanto tu
És laço frouxo
Tira as mãos de mim
Põe as mãos em mim
E vê se a febre dele
Guardada em mim
Te contagia um pouco

2 de outubro de 2008

A noite é uma grande demora



"O que induz a gente para más ações estranhas, é que a gente está pertinho do que é nosso, por direito, e não sabe, não sabe, não sabe?"

[116, GS:V - Rosa | imagem: Chema Madoz]
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